quinta-feira, 24 de maio de 2012

Petição da ANEM


Caros Colegas,

Nos últimos anos assistimos a um aumento drástico dos numerus clausus em Medicina. De 896 colocados por ano em 2000, passamos para 2420 colocações em 2011.

Os efeitos estão à vista: o excesso de estudantes por doente, a degradação das condições de ensino, os anfiteatros completamente cheios. É já habitual o descontentamento dos doentes com o aproximar dos estudantes para colher mais uma história clínica, depois de ter entrado em contacto com mais de 2 grupos de estudantes nesse dia.

É esta a realidade que vivemos e que nos impede de obter a formação que é nossa por direito.

No decorrer deste aumento desmesurado, várias entidades defendem que não existe mais espaço para a formação pós-graduada, o que significa que nem todos os estudantes atualmente inscritos e a frequentar o Mestrado Integrado em Medicina terão direito a finalizar o seu ciclo de estudos com uma especialidade, caso a queiram.

Uma das questões levantadas prende-se mesmo com a proposta que apenas metade dos recém formados possam ter  acesso a uma especialidade, ficando os restantes excluídos.

Vivemos então numa realidade onde a formação médica tem vindo a ser deteriorada por redução da qualidade formativa das nossas Escolas, por não terem como dar resposta a este aumento exponencial de estudantes/ano.

No entanto, apesar do descontentamento já manifestado em diversas ocasiões pelos dirigentes associativos, pouco mudou.

Consideram que os estudantes, na sua generalidade, são uma força adormecida, que se foca no seu estudo, comprometendo muitas vezes o seu futuro por não ter iniciativa nestas decisões.

Chegamos a um ponto em que o “poder” tem a certeza que poderá fazer o que quiser porque os estudantes aceitarão o que lhes for imposto.

Durante este mandato a Direção da AEICBAS sempre se recusou a acreditar nessa ideia!

Sempre defendemos os estudantes e sempre afirmamos que na hora da verdade eles estariam lá para defender os seus interesses!

No entanto, sempre nos atacaram e sempre nos disseram que os estudantes se manteriam em casa e nada fariam.

Porquê? -  afinal nós somos a geração desinteressada que aceita tudo o que os outros decidem... Nos aceitamos o nosso fado, aceitamos a nossa desgraça.

Recusamo-nos a acreditar que os estudantes desta casa não estejam preocupados com o seu futuro.

Recusamo-nos a acreditar que as vozes da desgraça tenham razão!

Recusamo-nos a acreditar que o nosso futuro precário e incerto esteja garantido!

Estão para breves alterações radicais ao modelo do internato médico, que vão afetar todos os estudantes de Medicina.

A especialidade para todos será uma miragem já no próximo ano e esta é uma realidade que por todos irá passar. Apoiem-nos nesta iniciativa, apoiem-nos a defender um planeamento correto da formação pré e pós graduada em medicina.

Atualmente, existe uma iniciativa da ANEM, em cooperação com todas as Associações/ Núcleos de Estudantes de Medicina do país, no recolher de assinaturas para presentar na Assembleia de República a nossa posição (ver anexo ou carregar aqui). Podes fazer o download da petição, levantar cópias à AEICBAS (Manela) e depois entregá-las na tua Associação É só p para imprimir a terceira página. Usa as outras duas para informar os peticionantes.

4000 assinaturas abrirão portas a que este assunto seja debatido em Assembleia da República, para que a nossa qualidade formativa não seja esquecida e degradada! 
Esta já se encontra disponível tanto no site da ANEM como no site da AEICBAS. Ajuda-nos a recolher assinaturas! Fala com a tua família, amigos, sê parte ativa!

Junta-te também ao grupo da ANEM para estares informado no teu dia a dia sobre os passos a serem dados para defender os nossos interesses.

Deixo este pedido porque a tua Direção pouco mais pode fazer. Está na tua mão, na nossa mão tentar travar isto - é possível!

Não podemos aceitar a não resolução desta problemática sem intervir. Urge mostrar a nossa indignação, sugerir soluções e acima de tudo unirmos forças para lutar pelo que consideramos serem as condições mínimas de exercício da nossa profissão.

FAÇAMOS A NOSSA VOZ CHEGAR ONDE DEVE SER OUVIDA!


Partilha esta mensagem!


Está na hora de defender o nossos futuro!


Obrigado por leres este comunicado. Obrigado por te interessares. Obrigado por acreditares.


Pela Direção da AEICBAS, 
Agostinho Sousa

Mais informações em:

Pela Comissão de Medicina 09-15